domingo, 12 de dezembro de 2010

Canto II

Estrofe 31:
"Bem nos mostra a Divina Providência
Destes portos a pouca segurança,
Bem claro temos visto na aparência
Que era enganada a nossa confiança;
Mas pois saber humano nem prudência
Enganos tão fingidos não alcança,
Ó tu, Guarda Divina, tem cuidado
De quem sem ti não pode ser guardado!"


Nesta estrofe, Vasco da Gama dirige-se a Deus para lhe pedir ajuda porque os portos por onde têm passado são inseguros e os humanos não conseguem sozinhos escapar às armadilhas que são feitas contra eles.

Estrofe 32:
"E, se te move tanto a piedade
Desta mísera gente peregrina,
Que, só por tua altíssima bondade,
Da gente a salvas pérfida e malina,
Nalgum porto seguro de verdade
Conduzir-nos já agora determina,
Ou nos amostra a terra que buscamos,
Pois só por teu serviço navegamos."


Na estrofe 32, Vasco da Gama refere que se Deus têm piedade do povo Português, os ajude a afastar-se das armadilhas e a encontrarem um porto seguro onde sejam bem recebidos.

Estrofe 33:
"Ouviu-lhe estas palavras piadosas
A fermosa Dione e, comovida,
Dantre as Ninfas se vai, que saüdosas
Ficaram desta súbita partida.
Já penetra as Estrelas luminosas,
Já na terceira Esfera recebida
Avante passa, e lá no sexto Céu,
Pera onde estava o Padre, se moveu."


Vénus, ao ouvir o pedido de ajuda de Vasco da Gama, dirige-se a Júpiter para o informar de que as suas decisões não estão a ser respeitadas.

Estrofe 39:
"Sempre eu cuidei, ó Padre poderoso,
Que, pera as cousas que eu do peito amasse,
Te achasse brando, afábil e amoroso,
Posto que a algum contrairo lhe pesasse;
Mas, pois que contra mi te vejo iroso,
Sem que to merecesse nem te errasse,
Faça-se como Baco determina;
Assentarei, enfim, que fui mofina."


Vénus, dirige-se a Júpiter dizendo-lhe que pensava que ele a amava e que no que a ela dizia respeito estivesse sempre do seu lado. Acrescenta ainda que foi infeliz quando pediu ajuda para os Portugueses e que Baco tinha conseguido impor a sua vontade.

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