quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mitificação do Herói

N'Os Lusíadas, Camões apresenta os Portugueses como se fossem Deuses. Isto acontece porque segundo o autor foi necessário os Deuses reunirem-se no Olimpo para decidirem se deixariam ou não, que os Portugueses chegassem à Índia.
Nesta reunião, Vénus e Marte eram a favor dos Portugueses, mas Baco era contra porque tinha medo que se os Portugueses lá chegassem lhe roubassem o dominio do comércio no Oriente. Ao colocar os Deuses ao mesmo nível dos Portugueses, Camões mitifica-os por fazer deles Deuses.

domingo, 21 de novembro de 2010

Dedicatória

A dedicatória é a parte do poema em que Camões dedica a sua obra a D. Sebastião.
“Vós, poderoso” exerceu a função sintáctica de vocativo e aqui esta a apóstrofe.
Com os versos dois, três e quatro, Camões pretende significar que Portugal é um país com muito sol em que as horas do dia são muitas.
Na estrofe oito, Camões dirige-se a D. Sebastião e diz-lhe que espera que ele domine os mouros que se encontram em África e na Ásia (Índia).
Na estrofe 10, Camões promete ao rei (vereis) ver seu patriotismo e a sua dedicação e ainda a exaltação do povo português e que o rei poderá então verificar o que é melhor: se ser senhor do mundo se ser rei dos portugueses.
Na estrofe 11 Camões continua a dizer ao rei D. Sebastião que os feitos dos portugueses são de tal modo importantes que ultrapassam as aventuras dos heróis antigos, sobretudo porque são feitos verdadeiros enquanto que os outros eram inventados.
Na estrofe 15 Camões dirige-se a D. Sebastião aconselhando-o a tornar-se um rei exemplar, porque no momento não pode escrever sobre ele por D. Sebastião não ser reconhecido pelos seus feitos heróicos, dada a sua pouca idade mas prometia-lhe no futuro contar tudo sobre a sua acção grandiosa.
   

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Invocação

"E vós Tágides minhas" - Vocativo

Na invocação, Camões pede ajuda "dai-me" ás deusas do Tejo (as Tágides).
Até aquele momento, Camões tinha escrito sonetos e canções - poesia lírica - mas naquela época ele pretendia escrever uma poesia diferente - poesia épica.
A poesia lírica era simples, humilde e normalmente acompanhada á flauta.
Camões queria escrever poesia épica que é um tipo de poesia mais elevada, própria para cantar os feitos de heróis e por isso devia ser acompanhada de trombete.
Como esta nova poesia era muito mais exigente, Camões pede ajuda para conseguir escrevê-la.

Nota:Invocar é pedir ajuda, por isso Camões utiliza o vocativo para se derigir ás Tagides e os verbos no imperativo para pedir ajuda.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Proposição



- A proposição tem três estrofes

- Cada estrofe pode chamar-se também oitava ou estancia, n’Os Lusíadas”.

- Na proposição, Camões diz que vai contar os feitos dos portugueses, nomeadamente os navegadores, os reis e todos os outros heróis, me conclusão, vai contar todo o povo português.

- Os navegadores escolhidos foram aqueles que, partindo de Portugal "ocidental praia lusitana", por mar conquistar novos territórios, em africa, na América e na Ásia. Todos nestes marinheiros passaram grandes privações para realizarem com sucesso as suas viagens. Os outros heróis portugueses foram aquelas pessoas que por serem escritores, cavaleiros e outros conseguiram, pelos seus feitos, conquistar a imortalidade (“se foram da lei da morte libertando”).

- Na proposição, Camões diz ainda, que cantará “cantando espelharei” por todo o mundo a fama dos portugueses, com a condição de o talento a ajudar. Acrescenta ainda que a fama dos heróis antigos será completamente ultrapassada, quando ele divulgar a fama dos heróis portugueses.


"As armas, e os barões assinalados
        Que, da Ocidental praia Lusitana,
       Por mares nunca dantes navegados,
       Passaram ainda além da Taprobana,
        Em perigos e guerras esforçados
        Mais do que prometia a força humana,
       E entre gente remota edificaram
        Novo Reino, que tanto sublimaram;

     E também as memórias gloriosas
      Daqueles Reis que foram dilatando
     A Fé, o Império, e as terras viciosas
    De África e de Ásia andaram devastando;
    E aqueles que por obras valerosas
      Se vão da lei da Morte libertando:
     Cantando espalharei por toda a parte,
      Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

     Cessem do sábio Grego e do Troiano
   As navegações grandes que fizeram;
     de Alexandro e de Trajano
 A fama das vitórias que tiveram;
  Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
      A quem Neptuno e Marte obedeceram.
      Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
              Que outro valor mais alto se alevanta."                            

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Estrutura Interna d'Os Lusiadas

Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro fontes:
· Proposição – parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (Canto I, estrofes 1-3)
· Invocação – pedido de ajuda as divindades inspiradores (A principal invocação é feita as Tágides, no canto I, estrofes 4 e 5, ás Ninfas do Tejo e do Mondego, no canto VII 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, estrofe 8)
· Dedicatória – oferecimento do poema a uma personalidade importante. (Esta parte, facultaria, pode ter origem nas Geórgicas de Virgilio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade)
· Narração – parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. (Começando no Canto I, estrofe 19, só termina no Canto X, estrofe 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais).

Fonte:http://www.academia.org.br/abl/media/bb_lusiadas.bmp

Estrutura Externa d'Os Lusiadas

O poema está escrito em versos decassílabos, com predomínio do decassílabo heróico (acentos n 6ª e 10ª sílabas). É considerado o metro mais adequado á poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8ª e 10ª sílaba).
· As estrofes são de oito versos e apresentam o seguinte esquema rimático – “abababcc” ( a este tipo estrófico costuma chamar-se oitava rima, oitava heróica ou oitava italiana)
· As estrofes estão distribuídas por 10 cantos. O número de estrofes por canto vario de 87, no canto VII, a 156 no canto X. No seu conjunto, o poema apresenta 1102 estrofes.

Fonte: http://www.anossaescola.com/cr/AdvHTML_Upload/LivroOsLus%C3%ADadas_1.jpg

Biografia de Luís de Camões

- Luís de Camões é o maior poeta da língua portuguesa de todos os tempos, mas da sua vida pouco se sabe. Começa logo por não se saber, ao certo, quando e onde nasceu.

- Seus pais foram Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo.
- Luís Vaz de Camões, de seu nome completo, terá nascido por volta do ano 1524 e falecido em 1580. Não se sabe ao certo em que localidade nasceu.

- Luís Vaz de Camões recebeu uma educação esmerada, tendo provavelmente cursado Humanidades em Coimbra.

- Quando jovem, frequentou círculos aristocráticos e a boémia literária de Lisboa. Entretanto, optou pela carreira das armas e combateu no Marrocos, onde perdeu um olho em combate. Em 1550 alistou-se para a Índia, mas não chegou a embarcar.

- Em 1552, envolveu-se numa briga em que feriu um funcionário do Paço, Gonçalo Borges. Como consequência, foi preso. Passados alguns meses, recebeu o indulto através de uma carta régia de perdão, datada de 7 de Março de 1552.

- Embarcou a seguir para a Índia. No Oriente, viveu um período acidentado. Esteve em Goa, no Golfo Pérsico, em Ternate, e em Macau, onde obteve o cargo de provedor de defuntos e ausentes.

- Já na viagem de volta, naufragou na costa da Conchinchina (no Vietnã). Consta que Luís de Camões fugiu a nado, salvando os manuscritos do que seria sua obra maior, "Os Lusíadas". Nesta mesma obra o poeta narrou o episódio do naufrágio no canto X.

- Em Setembro de 1560 chegou a Goa, onde acabou novamente preso por dívidas. Lá travou relações com pessoas poderosas, como o Vice-Rei dom Francisco Coutinho, a quem suplicou em versos que o livrasse da prisão.

- Em 1567, depois de anos no Oriente e premido por dificuldades económicas, aceitou a oferta de um emprego em Moçambique, feita por um amigo que lhe pagou as passagens.

- Dois anos depois, retornou a Lisboa. Trazendo os manuscritos de "Os Lusíadas", procurou um editor para a obra.


- Em 1572 a obra foi editada. Luís de Camões conseguiu uma pensão no valor de 15.000 reis, concedida através de alvará de D. Sebastião, o rei de Portugal, a quem a obra é dedicada. A quantia, porém, era muito modesta.